Entrevista do mês – Rafael Ferreira

Rafael conhece a biblioteca há mais de dez anos, começou a utilizar os serviços da biblioteca era aluno do cursinho de Primeiro de Maio, em 2002. Em seguida, entrou no curso de Química da FC, depois começou o Mestrado em Ciência e Tecnologia de Materiais, e então veio o Doutorado no mesmo programa. Durante esse tempo ele observou as mudanças que ocorriam na biblioteca – “Agora todos os procedimentos são praticamente on-line, antes tínhamos que levar o livro até a biblioteca para renovar, mesmo se não houvesse reservas.” –  e na maneira que ela supria suas necessidades acadêmicas – “Eu era da segunda turma do curso de Licenciatura em Química, os livros ainda estavam sendo indicados pelos professores e adquiridos, então, não atendia a todos os alunos e sempre revezávamos nos empréstimos para não ficarmos sem material de estudo.” Hoje, como aluno de doutorado, sua utilização se alterou, mas a Biblioteca ainda tem papel importante. “Praticamente todas as consultas a bibliografia, livros textos e literatura científica específica que utilizei na minha vida acadêmica foram feitas através de empréstimos na biblioteca.”

Rafael é doutorando do Programa de Ciência e Tecnologia de Materiais e passou um ano estudando na Universidade de Rennes, na França, onde seu prato favorito era “brochette de magret de canard au miel”, ou Espeto de peito de pato com molho de mel.

Rafael é doutorando do Programa de Ciência e Tecnologia de Materiais e passou um ano estudando na Universidade de Rennes, na França, onde seu prato favorito era “brochette de magret de canard au miel”, ou Espeto de peito de pato com molho de mel.

Camila: Como é sua utilização dos serviços da Biblioteca? Há algo aqui na Biblioteca que você observa de diferente, que acha positivo para o ambiente?

Rafael: Atualmente, eu não utilizo mais a biblioteca para estudar, pois tenho espaço físico no laboratório onde desenvolvo o meu trabalho. Porém, na época da graduação nós éramos numerosos e fazíamos grupos para estudo em sala especifica da Biblioteca, o espaço atendia as nossas necessidades, mas é importante ressaltar que às vezes não havia salas disponíveis e estudávamos nas mesas interiores ao acervo. Sempre lia o jornal do dia na Biblioteca e também utiliza os serviços de EEB. Hoje não uso mais os espaços para estudo, mas os serviços informatizados facilitam muito a renovação dos livros. Quanto a consulta a bases de dados, eu faço sempre pelo VPN da Unesp no meu próprio computador.

C: A Biblioteca do nosso câmpus é a única da rede que atende faculdades de três áreas diferentes. Isso gera um debate em que alguns defendem que o ideal para Bauru seria mais de uma biblioteca e outros defendem a variedade no acervo e nos perfis de usuário. Como você observa isso?

R: Creio que a questão que leva a diferença entre as áreas deve ser bem discutida, mas o mais importante é o acesso à informação. Eu particularmente prefiro que o acervo permaneça junto. A segregação do material vai contra os princípios de multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, os profissionais que a universidade prepara, nos quais me incluo, devem estar aberto a todo tipo de informação para processá-la e transformá-la em conhecimento. Hoje, um bom profissional deve ter a mente aberta, pois os problemas da sociedade são indissociáveis em áreas de ensino, a segregação é coisa do passado e o que temos/precisamos fazer enquanto cientistas/professores/profissionais liberais é resolver os problemas e demandas da sociedade, um conhecimento segregado não vai ao encontro desse caminho.

C: Quando você esteve em Rennes, você utilizava a biblioteca? Se sim, percebeu diferenças na utilização? [Rafael passou um ano de seu Doutorado na Universidade de Rennes, na França]

R: Eu utilizava os serviços on-line da biblioteca de Rennes, os serviços eram pagos e de pagamento obrigatório para todos os alunos matriculados, não fiz empréstimos de livros, mas assisti a palestras e exposições que aconteciam em suas dependências. A diferença entre as bibliotecas é que o acervo de Rennes é bem antigo, existem exemplares originais de 100, 150 anos, são sistemas diferentes, cada um funciona bem e da sua maneira, não vejo como estabelecer uma comparação. Eu acredito que o acesso a base de dados de artigos científicos por lá é mais abrangente. Porém, no Brasil a CAPES faz a assinatura de diversas bases de dados, não vejo grandes diferenças no acesso à informação, tanto da biblioteca  de Rennes como da biblioteca de Bauru.

Leitora do mês – Beatriz Marinotti

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Beatriz Marinotti

24 anos

5º ano de psicologia

O que você está lendo atualmente? Está gostando?
Estou lendo 1984 de George Orwell. Sim, é muito bom, levanta questões políticas e sociais importantes para reflexões, especialmente neste momento em que nos encontramos, de greve e de diversas manifestações pelo mundo.

Gênero literário preferido?
Romance.

Na sua estante não pode faltar…
Livros de poesia.

Se pudesse viver dentro de um livro, qual seria?
Aqueles cães malditos de Arquelau, de Isaias Pessotti.

Se fosse que indicar um livro, qual seria e por quê?
Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes. Este é um livro que mexe muito com a fantasia e a imaginação, e permite uma criatividade. Também levanta a questão da loucura, e como esta é constituída e vista na sociedade. Este livro quebra muitos preconceitos acerca deste assunto, e o apresenta sob outro olhar.

Um personagem marcante…
Werther, do livro Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.

Dizem que os livros mudam as pessoas, algum livro mudou o seu ponto de vista?
Sim. O livro Ira – Xadrez, truco e outras guerras, de Roberto Torero. Este livro me fez refletir muito sobre as guerras e os sentimentos envolvidos nelas, de pessoas que destroem lugares e outras pessoas. O jeito como ele apresenta a Ira neste contexto é algo que nunca havia pensado, e me fez questionar algumas ideias minhas.

Há algum livro que você já tenha relido algumas vezes e cada vez percebe uma coisa nova?
Existe, na verdade, uma poesia que eu sempre leio, e que cada vez apreendo algo novo dela. Não é um livro, mas é o que eu mais leio e, ainda, minha poesia preferida. Se chama Soneto de Separação de Vinicius de Moraes.

Se tivesse o poder de mudar a vida de algum personagem qual seria e por quê?
Mudaria a vida de Bentinho, o Dom Casmurro. Na minha história, ele seria capaz de entender que é possível alguém o amar, apesar de todos os seus problemas e complicações, como todo ser humano. Viver desconfiado de tudo, como ele vive, não permite que ele acredite ser bom e capaz de fazer bem à alguém, especificamente à Capitu, que o amava, e que ele nunca pôde acreditar nisso.

Alguém a influenciou a ler? Como começou a gostar de ler?
Sim, meus pais, que sempre amaram os livros, e sempre nos incentivaram a ler (eu e meus irmãos). Por isso tenho o costume de ler e ouvir histórias desde pequena. Dos livros científicos, especificamente, comecei a gostar quando meu orientador Jonas me indicou alguns livros para pesquisa, e descobri o quanto gostava de ler sobre assuntos que realmente despertam meu interesse.

Algum livro já a fez chorar?
Vários. Dois que me marcaram foram O Menino do pijama listrado, de John Boyne e Miguilim, do Guimarães Rosa.

Já teve uma decepção literária?
Sim. Anna Karenina, do Tolstói. Comecei a ler este livro muito empolgada, porque gosto do autor, e o começo foi realmente muito bom. Mas da metade para a frente não aguentava mais, ele ficou realmente chato, e eu não conseguia terminar. Quando consegui chegar no final, ele me surpreendeu e terminou muito bom, tanto quanto começou. Mas foi uma tortura para ler.

Aqui no blog, você sempre encontra um leitor do câmpus respondendo a perguntas relacionadas às suas preferências de leitura. Se você gostaria de ser o próximo leitor do mês, ou gostaria de sugerir alguém para estar aqui, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br

Entrevista do mês – Carmen Adsuara

Carmen Adsuara, 21, está no quinto ano do curso de psicologia e frequenta a Biblioteca de uma maneira particular, ela faz parte da Comissão de Biblioteca e é uma das alunas que organiza o Sarau Chapéu de Palha. Quando entrou na Unesp, sua primeira impressão da biblioteca foi ótima. “Lembro que o que mais chamou minha atenção foi o tabuleiro de xadrez e a mesa com quebra-cabeça.” Comenta. Antes, já frequentava a biblioteca da escola para ler livros de literatura, estudar para provas e fazer trabalhos.

Carmem, 21, está no quinto ano de psicologia, integra a Comissão de Biblioteca e é uma das organizadoras do Sarau Chapéu de Palha.

Carmem, 21, está no quinto ano de psicologia, integra a Comissão de Biblioteca e é uma das organizadoras do Sarau Chapéu de Palha.

Camila: Quando começou a usar você sentiu que ela estava atendendo suas necessidades, ou sentiu falta de algo?
Carmen: Logo que passei a frequentar a Biblioteca percebi que havia diversos problemas, como por exemplo, no verão, o calor mal deixava que eu me concentrasse nas leituras. Muitas vezes não havia espaço suficiente e eu tinha que utilizar as salas de aula (que na época ainda não possuíam travas e cartões) para estudar e fazer trabalhos. Algumas vezes os professores solicitavam livros que não pertenciam ao acervo da nossa Biblioteca ou eu queria estudar determinado assunto por conta própria e o acervo não contemplava essa vontade.

C: Mudou algo nas sua impressão de quando você entrou para agora, mais para o fim do curso?
C: Conforme meu uso do espaço e conversas entre amigos fui percebendo diversos problemas, como já mencionei, mas não sabia a origem da precariedade da Biblioteca. Também não fazia sentido haver problemas tão elementares em uma biblioteca de universidade pública. Então entrei na Comissão da Biblioteca e conheci problemas mais elementares ainda, como a qualidade das prateleiras que guardam os livros e as diversas goteiras espalhadas pelo ambiente. Também descobri que os funcionários da Biblioteca sofrem com tais dificuldades e senti que estavam de mãos atadas. Quer dizer, minha impressão foi cada vez tornando-se menos impressão e mais razão.
Por outro lado, foi por meio da Comissão da Biblioteca que tive conhecimento da abertura que os funcionários têm para com os alunos e, assim, passei a integrar o grupo de organização do Sarau Chapéu de Palha. Eu não sabia que era possível criar e organizar atividades por meio da Biblioteca na condição de aluna.  Por essa perspectiva, a impressão foi tornando-se cada vez melhor.

C: Como é sua utilização dos serviços da Biblioteca?
C: Costumo ter contato com os livros de literatura no contexto do Sarau Chapéu de Palha, durante a organização e durante o evento em si. Realizo empréstimos para estudos obrigatórios e autônomos. Adoro ler os jornais sentada no sofá, ao lado do gato que frequenta a Biblioteca. E a base de dados é um ótimo meio de encontrar materiais de pesquisa, principalmente quando eles não estão presentes no acervo de livros. Outras possibilidades de uso da Biblioteca, da qual poucos alunos têm conhecimento, é a ajuda da Fátima com dúvidas sobre normas ABNT e a ajuda do Breno com questões sobre o padrão de tabelas do IBGE, entre outras. Eu já precisei desses amparos, e sempre fui muito bem acolhida e contemplada.

C: Há algo aqui na Biblioteca que você observa de diferente, que acha positivo para o ambiente?
C: O que mais observo de diferente e positivo para o ambiente da nossa Biblioteca é a atmosfera de cooperação e coleguismo entre os funcionários da Biblioteca e o nítido prazer que eles têm em fazer o seu trabalho. A mesa de xadrez, o quebra-cabeça e o sarau são exemplos disso. Outro modelo é o funcionário Ricardo, ele faz toda a diferença na Biblioteca: trocar uma ideia com ele sobre literatura muda a sua vida!

C: Os empréstimos que mais faz são os livros recomendados pelos professores, ou também acaba emprestando aqueles relacionados aos projetos que participa e à literatura em geral?
C: Eu realizo empréstimo de livros por diversas razões: leituras obrigatórias, prazer, intuição, apoio a projetos extras, concursos públicos, etc.

C: A Biblioteca do nosso câmpus é a única da rede que atende todas as faculdades. Isso gera um debate em que alguns defendem que o ideal para Bauru seria mais de uma biblioteca e outros defendem a variedade no acervo e nos perfis de usuário. Como você observa isso?
C: Esse é um assunto bem comentado pelo câmpus, mesmo, mas na minha opinião se a Biblioteca abarcasse a demanda local (em espaço, quantidades e qualidades) não necessitaria haver várias. Além disso, a Biblioteca é um dos poucos espaços de convivência do câmpus de Bauru e penso que esse é um aspecto positivo da forma como ela está atualmente estruturada, nesse contexto universitário. Concomitantemente, penso que a possibilidade de empréstimo de outros campi é uma forma de nos formarmos de modo transdisciplinar e, independente de como fosse estruturada a nossa Biblioteca, essa possibilidade deveria ser sempre mantida: tanto internamente (na universidade), como externamente (entre os campi).

C: E as redes socias da Biblioteca, você conhece?
C: Eu conheço as redes sociais da Biblioteca, mas não costumo utilizá-las por razões pessoais. De vez em quando eu leio o blog, especialmente para ver as fotos do Sarau.

C: O que você acha de bibliotecas em geral e a nossa especificamente estarem envolvidas nas redes sociais como Facebook e Twitter?
C: Penso ser importante a Biblioteca estar envolvida nas redes sociais para acompanhar as transformações de público. Contudo, não sei como é a adesão das pessoas a esses espaços e, nesse sentido, pensar em diferentes formas de divulgar o espaço, suas atividades e novidades, para além do mundo virtual também se torna necessário. Ao mesmo tempo, o acesso a pessoas com deficiência visual a esses meios de comunicação também devem ser pensados e concretizados. Nesse sentido, penso que a audiodescrição do blog é um meio dessa inclusão ser efetivada.

C: Alguma sugestão de assuntos interessantes para serem divulgados nessas redes?
C: Talvez, divulgar as críticas e sugestões dos usuários da Biblioteca e o que está sendo feito para sanar os problemas identificados nessas críticas e sugestões seja algo importante para, de alguma forma, desvelar as aparências e suas raízes.

C: Comentários, críticas, sugestões…
C: Uma sugestão para a Comissão da Biblioteca pensar (e mesmo toda a equipe que atua no espaço) é a elaboração de um jornal ou boletim da Biblioteca, que pudesse ser distribuído gratuitamente. Não sei se há dinheiro disponível para tal ação, provavelmente não há. Mas sinto falta de um jornal comunitário na UNESP de Bauru e acho que a Biblioteca poderia ser um meio para que ele fosse feito. Ademais, deixo registrado que gostei muito de expor o que penso e sinto com relação à Biblioteca e seria muito válido conhecer o que os outros alunos pensam e sentem com relação a ela, também.

Agora você pode aproveitar e atender à curiosidade da Carmen nos comentários.

Camila Oliveira

Confira sempre no blog uma entrevista com um usuário da Biblioteca, aluno, professor, funcionário, aposentado. A intenção é conhecer melhor a visão daqueles que usam regularmente a Biblioteca sobre nossa estrutura, serviços e objetivos. Se você gostaria de ser entrevistado, ou gostaria de sugerir alguém para ser entrevistado, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br.

Entrevista do mês – Amanda Tavares

Aqueles que pensam em fazer intercâmbio costumam ter três idéias sobre a experiência: aperfeiçoar o conhecimento sobre seu curso; praticar outro idioma; conhecer outra (ou várias outras) cultura. O que pode não passar pela cabeça dos que pretendem viajar ou até daqueles que viajam é que sua relação com a biblioteca ou até com livros pode mudar.

Amanda Tavares está no quarto ano de Jornalismo e como a maioria dos seus colegas de curso gosta de ler e se interessa por livros em geral. Apesar disso, sua relação com a Biblioteca não era as das mais próximas. Realizava empréstimos eventuais, geralmente de livros relacionados a trabalhos exigidos pelas disciplinas, e fazia a renovação online, mas não utilizava muitos outros serviços. “Aliás, é uma coisa que eu pretendo mudar no meu comportamento quando eu voltar, porque eu sinto que poderia estar aprendendo muito mais com a biblioteca!” comentou a aluna. Desde o início desse ano, Amanda está estudando na Universidade de Roehampton, pelo programa de intercâmbio Ciências sem Fronteiras, e observou algumas diferenças na relação que seus colegas ingleses tem com livros, leituras e biblioteca.

Estudante Amanda Tavares ao lado de uma cabine telefônica vermelha em Londres.

Foto: Arquivo Pessoal

Camila: Sobre sua experiência aí em Londres… Por que você escolheu estudar na Inglaterra?

Amanda: Bom, eu sempre quis vir pra Inglaterra! É até difícil explicar de onde veio a idéia pq era algo que eu queria desde pequena. Eu me interessava pelo país por causa da cultura e a chance de estudar aqui seria ótima pra que eu aprendesse sobre ela… Música, cinema, literatura, tudo daqui sempre esteve presente na minha vida! Também tem o fato de ser um país muito bonito, no qual eu poderia praticar meu inglês e economicamente desenvolvido, o que seria particularmente interessante pra tentar arranjar um estágio na minha carreira ou algo assim.

C: Nesses primeiros meses em Londres, você sentiu diferença entre os hábitos de leitura dos ingleses e o que se tem no Brasil?

A: Eu senti bastante diferença nos hábitos de leitura. Pra mim, o uso da biblioteca aqui é muito mais frequente, porque grande parte do aprendizado fica por conta do próprio aluno. O pessoal vai direto pra biblioteca pra estudar, empresta mil livros, faz consultas o tempo todo. É muito legal! E eles também têm muito incentivo pra ler. Fico com a impressão de que o país realmente valoriza a cultura, essa necessidade das pessoas de aprenderem.

C: Os alunos costumam buscar os livros em bibliotecas ou preferem comprá-los?

A: Eu vejo bastante gente tanto emprestando os livros quanto comprando. Na matéria de literatura que eu cursei, eu vi bastante gente comprando mesmo. Aqui, um paperback (aqueles livros de capa mais molinhas) é muito barato, o que os torna bastante acessíveis. Pra se ter uma noção, eu cheguei a comprar livros por 2 libras na internet. Isso dá no máximo uns 7 reais. Já estou com vários aqui em casa, quero ver como vai ser pra levar embora depois.

C: Na Universidade de Roehampton, a biblioteca exerce um papel importante na formação dos alunos? Ela é bastante utilizada, os professores indicam serviços que podem ser encontrados lá para auxiliar a pesquisa?

A: A biblioteca em Roehampton é bem utilizada sim. Pra vários trabalhos, os professores indicaram livros que estavam lá pra servirem de base na minha pesquisa, e o sistema de busca é muito eficiente. Algumas matérias possuem até uma lista eletrônica de livros essenciais e recomendáveis pra aquele módulo, e você pode só clicar no link e ver se ele está disponível ou não. Achei bem útil.

C: Você percebeu grandes diferenças entre a biblioteca de Roehampton e daqui?

A: Sinceramente, pra mim a maior diferença entre a biblioteca de Roehampton e da Unesp foi o acervo mesmo. No geral, aqui parece ser muito mais completo e variado. Eu, por exemplo, gosto muito de fotografia, e aqui eu acho qualquer tipo de livro sobre isso, desde os teóricos até os só de imagens. Em Bauru eu não via tantas opções nessa área. Também achei bacana que existem livros que não se relacionam diretamente a nenhum curso do câmpus, mas que podem ajudar na pesquisa ou servir para os alunos de alguma forma. A biblioteca aqui também tem uma área exclusiva para crianças, que serve como um serviço pra comunidade, o que eu achei bem interessante também…

C: Você acha que na Biblioteca de Roehampton há alguma coisa (na infra-estrutura, nos serviços, na maneira de lidar com os usuários) que poderíamos repetir aqui para prestarmos um serviço melhor?

A: Sobre o serviço, eu não senti muita diferença não. Aqui é tudo bem impessoal, na verdade, nós mesmos retiramos e devolvemos os livros através de umas máquinas. Eu sempre fui muito bem tratada pelos funcionários da Unesp e sinto até falta disso aqui às vezes, apesar de eles também serem extremamente educados e solícitos quando necessário.

C: Eu vi no site da faculdade que em alguns dias do semestre de maior demanda, a biblioteca fica aberta 24h. Você sabe como isso funciona?

A: Bom, sobre a biblioteca estar aberta 24h eu realmente não sei como funciona, pq eu nunca apareci lá de madrugada nem nada. Mas sei que os alunos usam muito, especialmente por deixarem os trabalhos pra última hora, e que esse período acontece justamente perto dos deadlines finais dos semestres. Eu acredito que apenas alguns funcionários devam ficar por lá, mais para zelar pela segurança do prédio mesmo. O que eu fiz foi ir à biblioteca de domingo à tarde, por exemplo, o que eu achei muito útil! A gente também tem aqui uma sala com “Key Texts” que servem só pra consulta e você não pode levar pra casa. É ótimo porque são sempre livros importantes dos quais você pode precisar de última hora.

Camila Oliveira

Confira sempre no blog uma entrevista com um usuário da Biblioteca, aluno, professor, funcionário, aposentado. A intenção é conhecer melhor a visão daqueles que usam regularmente a Biblioteca sobre nossa estrutura, serviços e objetivos. Se você gostaria de ser entrevistado, ou gostaria de sugerir alguém para ser entrevistado, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br.

Entrevista do mês – Bruno Watanabe

Foto do Rosto de Bruno

Bruno, 21, está no 4º ano de Engenharia Civil na FEB

Bruno Watanabe Ono veio de Goiânia para estudar Engenharia Civil na Unesp de Bauru, a primeira impressão que teve da Biblioteca foi do seu pequeno espaço e de sua boa organização. Antes da Faculdade, usava a biblioteca municipal da pequena cidade em que morava durante o Ensino Fundamental, e na preparação para o vestibular encontrava todos os livros necessários na biblioteca do seu colégio, em Goiânia.

Camila: Quando começou a usar você sentiu que ela estava atendendo suas necessidades, ou sentiu falta de algo?

Bruno:Apenas em época de provas, alguns livros ficavam em falta, mas no geral nunca tive problemas.

C:Mudou algo na sua impressão de quando você entrou para agora?

B: Dá para perceber que estão tentando melhorar a biblioteca como um todo, mais livros foram comprados, instalaram um sistema para facilitar a devolução, disponibilizaram o uso de netbooks etc. São pequenas melhorias, mas já ajudam muito.

C:Como é sua utilização? (Leitura, empréstimo, jornais, base de dados)

B: Uso a biblioteca geralmente em épocas de provas ou para pesquisas e trabalhos.

C: Os empréstimos que mais faz são os livros recomendados pelos professores, ou também acaba emprestando aqueles relacionados aos projetos que participa, à literatura em geral?

B: São os recomendados pelos professores mesmo e às vezes algo relacionado à iniciação científica que desenvolvo.

C: A biblioteca de Bauru é uma das únicas da rede que atende todas as unidades do câmpus. Isso gera um debate em que alguns defendem que o ideal para Bauru seria mais de uma biblioteca e outros defendem a variedade no acervo e nos perfis de usuário. Como você observa isso?

B: Uma biblioteca para todas as áreas é mais rica culturalmente nao apenas em termos de frequentadores mas também em seu acervo em si. Curto a ideia de encontrar pessoas de diversos cursos na biblioteca. Ter contato com outras áreas torna o ambiente mais enriquecedor e menos monótono.

C:E os serviços online como empréstimo, renovação e EEB, você está acostumada a usar?

B: Já cheguei a realizar um serviço EEB porque precisava de um livro de Inglês que só tinha em outro câmpus. O livro chegou até que rápido, o pessoal foi bem eficiente.

C:O que você acha de bibliotecas em geral e a nossa especificamente estarem envolvidas nas redes sociais como Facebook e Twitter?

B: Acho bem útil.

C:Alguma sugestão de assuntos interessantes para serem divulgados nessas redes?

B: Podiam divulgar o que estão fazendo para tornar a Biblioteca melhor, os planos de ampliação, modernização… Seria bacana saber que estão se engajando nisso.

C:Comentários, críticas, sugestões…

B: Poderiam melhorar em muito o sistema de ventilação da Biblioteca. Os ventiladores mal funcionam e quando funcionam fazem muito barulho. Além de instalarem ou arrumarem mais tomadas, pois em horários de pico às vezes é difícil achar alguma disponível para usar o notebook.

Leitora do Mês – Patrícia Lima

Patrícia

Foto: Arquivo Pessoal

Patrícia Souza de Lima

26 anos

Bióloga, Escritora, Servidora do Recursos Humanos da FAAC

O que você está lendo atualmente? Está gostando?
Estou lendo Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e estou gostando bastante.

Gênero literário preferido?
Prefiro os enredos dramáticos, que envolvem reflexões filosóficas; mas não me importo em ler coisas mais leves. Também gosto muito de poesia (principalmente brasileira), e biografias.

Na sua estante não pode faltar…
Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Pablo Neruda, Lygia Fagundes Telles.

Se pudesse viver dentro de um livro, qual seria?
Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, da Clarice Lispector. Este livro tem um quê de liberdade, algo de encontrar-se consigo mesmo através da descoberta do amor… É algo realmente tocante.

Se fosse que indicar um livro, qual seria e por quê?
A trégua, de Mário Benedetti. Li há pouco tempo e praticamente o engoli. Acho que, apesar de escrito há algumas décadas, traz a tona relações totalmente condizentes com os tempos atuais. E é interessante que dentro de um contexto nada romântico, onde o protagonista é um funcionário público, tradicional, cuja vida nunca foi de mudanças bruscas ou experimentações; as personagens envolvidas desvendam muitas coisas sobre a vida. É um livro sobre felicidade, que não soa clichê exatamente por ser muito real.

Um personagem marcante…
Quincas Borba, personagem que aparece em Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, ambos de Machado de Assis.

Dizem que os livros mudam as pessoas, algum livro mudou o seu ponto de vista?
Sim, costumo dizer que Memórias Póstumas de Brás Cubas me iniciou à literatura de fato, porque a partir do choque causado por ele, me tornei uma pessoa bem mais crítica e interessada pelas pessoas, relações, sociedade.

Há algum livro que você já tenha relido algumas vezes e cada vez percebe uma coisa nova?
Sim, o próprio Memórias Póstumas…, e também um livro do Mário de Andrade chamado Contos Novos, de que gosto muito.

Com que personagem fictício você se identifica?
Com muitos, mas o primeiro que me veio à cabeça é o personagem principal de Uma questão de Moral, da Patricia Highsmith. Não me lembro do nome dele agora, mas trata-se de um jovem cheio de vigor e ideais, ingressante na carreira científica, que possui uma relação contrastante com seu pai religioso; e em muitos trechos eu enxergava minha relação com meu próprio pai.

Se tivesse o poder de mudar a vida de algum personagem qual seria e por quê?
Mudaria a vida de Avellaneda, de A Trégua.

Alguém a influenciou a ler? Como começou a gostar de ler?
Meus pais são pessoas simples e dentro de casa nunca houve muito incentivo, fui influenciada na escola mesmo.

Algum livro já a fez chorar?
Sim, muitos me emocionam. Há pouco tempo chorei como uma criança ao ler o primeiro conto do livro Réveillon e outros dias do jovem escritor Rafael Gallo; também dei uma boa lacrimejada no final do Albatroz Azul, de João Ubaldo Ribeiro.

Já teve uma decepção literária?
Já tive, mas não me lembro de qual agora. Os últimos livros lidos me agradaram bastante.

Aqui no blog, todo mês há um novo leitor do câmpus respondendo a perguntas relacionadas às suas preferências de leitura. Se você gostaria de ser o próximo leitor do mês, ou gostaria de sugerir alguém para estar aqui, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br

Leitor do Mês – Tainá Goulart

Tainá Goulart

Tainá Goulart / Foto: Fernanda Luz

Tainá Goulart

22 anos

4° ano de Jornalismo

O que você está lendo atualmente? Está gostando? 
Estou lendo A Era dos Extremos, do Eric Hobsbawm. Depois que ele faleceu, resolvi pegar pra ler.. e estou gostando muito. Ele ensina história de um jeito fantástico, com detalhes que poucas vezes saberíamos pelos nossos professores. E sou professora de História no Ferradura, cursinho da FC, o que me ajuda ainda mais.

Gênero literário preferido?
Gosto de romances, aventuras e baseados em fatos verídicos. Sou jornalista e o gênero Jornalismo literário é meu preferido.

Na sua estante não pode faltar…
Nelson Rodrigues, qualquer obra

Se pudesse viver dentro de um livro, qual seria?
Alice no País das Maravilhas

Se tivesse que indicar um livro, qual seria e por quê?
Nada de Novo no Front, que fala sobre a primeira guerra mundial. Ele é inovador pois traz relatos que, na época, não existiam. E foi um choque para a sociedade. Dizem que Hitler, quando entrou no poder, mandou queimar este e outros livros, por não querer que a população soubesse dos horrores da guerra.

Personagens mais marcantes…
Capitu.

Dizem que os livros mudam as pessoas, algum livro mudou o seu ponto de vista?
A vida como ela é, de Nelson Rodrigues, me fez ver como o ser humano realmente é. E precisei me acostumar ao fato de que sempre há algum podre em cada um. Só precisamos saber lidar.

Com que personagem fictício você se identifica?
Capitu

Se tivesse o poder de mudar a vida de algum personagem qual seria e por quê?
Sirius Black, padrinho do Harry Potter. Ele não precisava morrer. A história seria muito melhor com ele vivo!

Alguém a influenciou a ler? Como começou a gostar de ler?
Comecei a ler sozinha, pois gostava de imaginar como os personagens eram.

Algum livro já a fez chorar?
A Ordem da fênix, da série Harry Potter, quando o Sirius Black morre. Chorei um dia inteiro…

Acompanhe aqui no blog, cada vez um novo leitor do câmpus respondendo a perguntas relacionadas às suas preferências de leitura. Se você gostaria de ser o próximo leitor do mês, ou gostaria de sugerir alguém para estar aqui, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br

Entrevistado do mês – Max Vicente

Desde o começo, nossa ideia com as entrevistas mensais era trazer o ponto de vista de diferentes usuários da biblioteca sobre os nossos serviços, nosso ambiente, e sobre bibliotecas de forma geral. Como não só de alunos se faz uma Biblioteca, esse mês o entrevistado foi o professor do Departamento de Ciências Humanas da FAAC Maximiliano Martin Vicente. Max, como é conhecido, conversou com Diego Melo sobre seu envolvimento com bibliotecas, local que frequenta desde sua infância na Espanha, além de comentar como vê ferramentas das novas mídias como um facilitador do contato entre a Biblioteca e a comunidade.

Infância à docência

“Desde que comecei a estudar, com sete ou oito anos, eu que era responsável pela organização dos livros, no que, não vou falar que era uma biblioteca, eram, na verdade, duas estantes com livros, infantis, gibis… Eu era o responsável por isso, então sempre gostei. Essa sala foi aumentando muito, porque nem sempre se tinha dinheiro para comprar os livros, você tinha que depender da biblioteca, por isso, eu sei muito da biblioteca. Na minha experiência na Espanha, eu era um dos que mais “fuçava”… Sempre indo atrás de livros, informação… Isso intensificou muito depois que eu entrei aqui no curso de graduação, só que no caso, naquela época, na universidade em que eu estudava, a USC, tinha um conceito muito estreito do que era biblioteca, tinha o balcão, o funcionário que procurava o livro que você precisava, e tinha o catálogo manual, então era uma coisa muito restrita. Estava pouco atualizada, a universidade não gastava dinheiro com isso, nem comprava outros livros, então, minha opção era comprar, o que era muito caro, mas a gente precisava, por conta do curso, que demandava muita leitura.

Bom, depois que entrei na UNESP, isso mudou radicalmente. Na UNESP de Marília ocorreu um choque imenso, porque em vez da coisa de barreira, que impedia, você tinha o contato. Marília foi muito interessante porque comecei a trabalhar com os anais da câmara dos deputados, e lá tinha esse acervo só que não estava organizado. Então, o meu trabalho em biblioteca que achei mais legal foi esse. Foi um trabalho que rendeu doutorado, porque eu trabalho praticamente com os anais, então só tinha no largo do São Francisco, na USP, e no Rio de Janeiro.

Então, foi muito legal, sempre dei valor às possibilidades que podia haver numa biblioteca, primeiro quando não tínhamos dinheiro para comprar livros, e depois quando me serviu como referência.

Hoje utilizo menos em termos de tempo, mas com um foco mais direcionado. Quando vou à biblioteca, embora não vá muito, vou com interesses bem específicos.”

Oásis dentro do câmpus

“Quando vim para Bauru, senti uma perda grande, porque a biblioteca de Marília tem uma história, desde que a Unesp incorporou o câmpus de Marília, tinha o curso de Letras, curso de História, um acervo imenso… Os professores lá doam livros constantemente, as editoras davam livros, e vir aqui foi de início um choque por isso, você via o acervo mais reduzido.

Por outro lado, como que eu diria, reduzido em termos de volume, mas não em termos de potencial. Esse foi um dos pontos que sempre achei o mais legal na Biblioteca, que ela foi evoluindo, avançando tecnologicamente, e, hoje, na verdade, embora o espaço seja importante, não é o vital, porque o que a biblioteca te oferece são informações, possibilidades imensas… Não é mais um depósito de livros. De jeito nenhum. A gente tenta passar isso para os alunos, mas todo mundo acha que está tudo na internet, o que cria uma série de problemas, porque a biblioteca não é só o lugar a que a pessoa vai pesquisar, é o ambiente, o clima… É uma espécie de oásis dentro do câmpus.”

É importante saber usar

“A Biblioteca aqui é excelente. Sempre que tem os editais, eu procuro cumprir o que pedem. Hoje, eu penso que, apesar de tudo, a UNESP está fazendo um esforço grande para continuar investindo em acervo. Então, depende do professor para pelo menos indicar algumas obras paradigmáticas da sua área de conhecimento. Muita gente não manda, ou manda dois livros e pede trinta volumes desses dois livros. Eu acho que não precisa tanto disso, não é? Mas uma coisa intermediária. Não abusar, porque todo mundo vai querer mandar o seu, enfim, colocar algumas questões aí, alguns livros de referência. Tanto é que alguns livros que temos aqui, não se encontram fácil em outros lugares. Pela minha experiência, eu penso que é um lugar privilegiado mesmo.

Confesso que sou fanático pelo  trabalho da biblioteca. Por quê? Porque as pessoas vão com uma atitude muito cômoda com relação à biblioteca. Elas querem ser servidas e a biblioteca não está lá para servir. Ela te propicia uma serie de condições, você tem que saber usar. Você tem toda uma possibilidade de falar que aqui o espaço dificulta? Não. Claro que dificulta, lógico, se eu tivesse o triplo de espaço que eu tenho lá, para poder acomodar mais gente, melhor. Mas não em termos de acervo. Discuto muito isso, inclusive aqui com os colegas, não é bem assim não. Acho que as pessoas têm que usar um pouco mais o que ela representa. Claro que se houver mais livros, melhor, eu sempre que posso doo os livros que recebo, mas não doo qualquer livro, só livro que acho importante. Porque também não se trata de você encher as estantes, por isso, livros que são importantes, de um autor de referência, livro que não está disponibilizado na internet ainda, então é isso que a gente procura fazer. Então essa parte tecnológica foi a saída mais interessante que poderia ter acontecido à biblioteca.”

Recursos tecnológicos recentes

“Os netbooks eu não utilizo, mas os outros recursos sim. Porque nós temos aqui os computadores, então, não faz sentido ocupar os da biblioteca. Mas, da experiência que eu tenho de outras bibliotecas que eu conheço ao redor do mundo, eu diria que oferecer netbook não é qualquer uma que oferece. Não só no Brasil.

É claro que tem outros conceitos de biblioteca, isso eu não tenho dúvida nenhuma. Por exemplo, eu visitei uma em Bogotá, na Colômbia, eu me esqueci do nome dela, acho que foi a Biblioteca Nacional, que, na verdade, é um poupatempo. Tem de tudo. Tem cinema, tem teatro, você pode tirar documento, você pode consultar livros, é um espaço extremamente original, democrático, público, onde as pessoas vão, usam, você não vai só para pegar um livro, vai fazer outras coisas, que eu acho que é por onde deveria ir um pouco. Eu fiquei impressionado com aquilo. Muito impressionado. Mas enfim, é um investimento que tem ser estatal, é um serviço caro, você tem que prestar um serviço público, para que as pessoas vão. Eu diria que é um paradigma do que poderia ser uma biblioteca, do que hoje pode vir se tornar a ser.”

Divulgação na rede

“Acompanho com muita frequência a participação da biblioteca nas redes sociais embora não participe. Eu tenho uma certa resistência a participar dessas novas tecnologias, mas acompanho, fico sabendo das exposições que são feitas, de tudo. Considero muito legal. De vez em quando, eu vou à Biblioteca quando quero ver uma exposição, já fui à Biblioteca só para ver uma exposição que me interessasse, sem pegar livros nem nada, só pela exposição. Coisas muito específicas, claro, do meu interesse.”

 por Camila Oliveira

Todo mês será publicada aqui no blog uma entrevista com um usuário da Biblioteca, aluno, professor, funcionário, aposentado. A intenção é conhecer melhor a visão daqueles que usam regularmente a Biblioteca sobre nossa estrutura, serviços e objetivos. Se você gostaria de ser entrevistado, ou gostaria de sugerir alguém para ser entrevistado, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br

Leitor do Mês – Wesley Santos

Wesley Santos

21 anos

3° ano de Biologia

O que você está lendo atualmente? Está gostando?
Bom, infelizmente eu esqueci o livro em Bauru e não o trouxe para minha cidade. Pretendo ler “A Origem das Espécies” de Charles Darwin. Tanto que pretendo ir à biblioteca da minha cidade para reservá-lo. Espero gostar muito já que é um livro um tanto “básico” na área de Biologia.

Gênero literário preferido?
Gosto de ficção científica, divulgação científica. Mas quando o livro é bom, com uma narrativa interessante, o gênero não importa muito.

Na sua estante não pode faltar…
Livros do Khaled Hosseini. A narrativa dos locais e dos personagens são muito bons! Tanto eu como a minha namorada tem seus livros. Com certeza se ele lançar outro eu pretendo comprar.

Se pudesse viver dentro de um livro, qual seria?
Acho os locais que Dan Brown cita em seus livros (principalmente “Anjos e Demônios”), como a passagem ao CERN (laboratório europeu), as viagens rápidas para a Roma e no Vaticano. Ou também passear na Ilha Perdida de Maria José Dupré. São tantos lugares ainda para serem visitados, não é?

Se tivesse que indicar um livro, qual seria e por quê?
Um indico o livro “O Físico”, do Noah Gordon. Considero como um dos melhores livros que li. Conta a história de um pobre garoto na Inglaterra do século XI que deseja aprender a ser médico. O livro fica em torno do personagem e narra toda a sua aventura em busca desse sonho. Antigamente não era tão “fácil como passar em um vestibular” e o livro conta um pouquinho dos costumes e ideias que o típico cidadão da Idade Média tinha.

Personagens mais marcantes…
Um dos personagens mais marcantes é, com certeza, Rob J. (de “O Físico”). As aventuras pelas quais ele passou, cruzando toda a Inglaterra medieval. Muito bom mesmo. O controlador do tempo, Andrew Harlan, em “O Fim da Eternidade”, de Isaac Asimov é muito bom. Mostra o conflito entre o pensamento racional (e de cumprir sua função) com alguns questionamentos éticos. Além de ser um cara super inteligente. Também me marcou muito as personagens de Khaled Hosseini em “A Cidade do Sol”: Mariam e Laila. Em uma sociedade extremamente machista e teológica, o simples fato de uma mulher conseguir sobreviver nesse lugar denota que tem muita fibra. As personagens mostram ser bastante corajosas para enfrentar as situações encontradas durante a vida.

Dizem que os livros mudam as pessoas, algum livro mudou o seu ponto de vista?
Acho que o livro de Carl Sagan, “O Mundo Assombrado pelos Demônios” mudou bem meu modo de ver as coisas. Eu já, antes de ler o livro, era um pouco cético em relação as coisas do mundo. O livro permitiu exercitar mais meu ceticismo e ver, de fato, que a Ciência pode ser vista como uma vela no escuro do misticismo.

Com que personagem fictício você se identifica?
Acho que me identifico um pouco com o Hugo Cabret, do livro “A Invenção de Hugo Cabret”. O fato de ele ser curioso e tentar montar aquilo que ele deseja montar de qualquer jeito me faz parecer um pouco com ele, mas, infelizmente, não são tão aventureiro como ele.

Se tivesse o poder de mudar a vida de algum personagem qual seria?
Bom, naturalmente nos livros as coisas vão se encaixando para que tudo de certo no final. Mas um personagem que gostaria de ajudar seria o Robert, de “Xamã”. A história se passa em meados de 1800, durante a Guerra da Sucessão nos EUA. Ele é surdo e nem com melhores tratamento de saúde da época poderiam fazer ele ouvir melhor. Se eu pudesse mudar a vida de algum personagem seria a dele. Principalmente no começo, quando a descoberta de estar surdo o abala profundamente.

Alguém te influenciou a ler? Como começou a gostar de ler?
Bom, em casa sempre tive vários livros à disposição, não foi nada forçado. Na minha escola não tínhamos uma obrigação tão grande para ler livros para fins de trabalhos ou provas. Acho que foi sendo uma coisa mais natural, fui vendo que os livros abriam conhecimentos e viagens para lugares incríveis. É natural sempre queremos viajarmos mais nesse mar de palavras.

Aqui no blog, todo mês há um novo leitor do câmpus respondendo a perguntas relacionadas às suas preferências de leitura. Se você gostaria de ser o próximo leitor do mês, ou gostaria de sugerir alguém para estar aqui, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br

Entrevista do mês – Jamile Carvalho

Jamile Cristina de Carvalho está no 3º ano de Educação Física e já frequentava a biblioteca na escola, onde emprestava livros de literatura – área mais valorizada na seleção dos livros do local. Sua preferência eram os livros da coleção de Sherlock Holmes.

Foto: Arquivo Pessoal

Camila: Quando você entrou na Biblioteca do câmpus, qual foi a primeira impressão que teve?
Jamile: Eu gostei pela quantidade do acervo, por mais que não tenha aqui, o empréstimo entre bibliotecas de outros câmpus ajuda bastante a gente.

C: Mudou algo para você de quando vc entrou para agora?
J: No começo era meio complicadinho, mas depois você pega o jeito do sistema, de renovar no site…

C: Como é sua utilização aqui?
J: Bem, empréstimo, principalmente, a base de dados para pesquisar artigos, porque não dá para fazer de casa. Às vezes, falta tomada quando tem que trazer o notebook. Também utilizo a estrutura do prédio, as mesas, para fazer trabalho, e o lado de dentro [do acervo], principalmente para fazer leitura. Eu prefiro fazer leitura lá dentro a fazer aqui fora, porque aqui há maior trânsito. Leio jornal também, porque não tenho jornal em casa, então, aproveito para me interar daqui… Uma coisa que eu utilizo bastante é a devolução automática. Quantas vezes já fechou, você perde o horário, aí é só ir lá e devolver, bem prático.

C: E os serviços online como empréstimo, renovação e EEB, você está acostumada a usar?
J: Eu utilizo bastante, por causa do tempo acabo utilizando os serviços dos computadores daqui, mas muitas vezes já renovei livros no final de semana para não pagar multa…

C: E as redes socias da biblioteca, você conhece?
J: Na verdade, não, não conheço.
[Expliquei para Jamile sobre a presença da Biblioteca no Facebook e no Twitter, além das postagens do blog.]

C: O que você acha de bibliotecas em geral e a nossa especificamente estarem envolvidas nas redes sociais como Facebook e Twitter?
J: Eu acho legal. Eu tenho Twitter, mas não uso muito. Mas Facebook, pelo menos uma vez por dia, você tem que entrar lá. E é ótimo, para você estar atualizado, não perder os eventos, eu acho que é válido.

C: Alguma sugestão de assuntos interessantes para serem divulgados?
J: Acho que divugação de eventos na área, congressos que haverá nas diferenes áreas. Por exemplo, às vezes, tem aluno do câmpus que recebe prêmio por apresentação de trabalho, que conseguem uma publicação numa revista de nome, internacional… Divugação dessse tipo também é interessante, só teria o que acrescentar ao nome da Unesp.

C: Há algo aqui na Biblioteca que você observa de diferente, que acha positivo para o ambiente?
J: Eu acho legal essas mostras e exposições que têm, como a de Arquitetura, essas coisas diferentes dão uma repaginada, ajudam a transformar a gente, o nosso olhar… Assim como essas iniciativas que vocês têm, como a da vaca amarela, achei bacana.

por Camila Oliveira

Observação: É possível acessar as bases de dados assinadas pela Unesp de seu computador pessoal, para isso, é necessário configurar o VPN da Unesp.

Todo mês será publicada aqui no blog uma entrevista com um usuário da Biblioteca, aluno, professor, funcionário, aposentado. A intenção é conhecer melhor a visão daqueles que usam regularmente a Biblioteca sobre nossa estrutura, serviços e objetivos. Se você gostaria de ser entrevistado, ou gostaria de sugerir alguém para ser entrevistado, mande um e-mail para camila@bauru.unesp.br